O sétimo é:
O Evangelismo oferece às pessoas a salvação como uma dádiva presente e,
junto com ela, a garantia da bem-aventurança eterna, este oferecimento, é o
de uma esperança transcendente e futura que dá um sentido real a vida do ser
humano, esta esperança começa nesta vida e sua plenitude é alcançada na
eternidade. Isto quer dizer que ainda que a Igreja ofereça esta esperança, esta
nunca pode se confundir com um bem de consumo. Mesmo porque o evangelho é um
chamamento para a doação de vida a outros.
O oitavo é:
O Evangelismo está conectado ao recrutamento de membro, sendo que
nem todas as vezes a prática de um evangelismo fiel levará algumas igrejas
locais a um crescimento numérico, porém o alvo sempre será a multiplicação de
congregações locais em qualquer situação humana. Lembrando que o crescimento
numérico é consequência da fidelidade da igreja em sua missão.
O nono é:
O Evangelismo é dirigido a pessoas e só elas podem responder, o
evangelho pressupõe a responsabilidade e a decisão individual, porque somente
indivíduos podem responder ao chamado à conversão, e como consequência esta
conversão deve transformar o ambiente social em que o indivíduo vive.
O décimo é:
O Evangelismo autêntico sempre é contextual, porque o evangelho
afeta todos os aspectos da cultura humana, e não se prende a uma ideia de
conversão que se identifique com: comparecimento regular a uma igreja, abstinência
de álcool e fumo, e ainda, a leitura bíblica e orações diárias. O autêntico
evangelismo não se omite das questões sociais, não eleva uma cultura em
detrimento de outras. E ainda em termos práticos, segundo Bosch, o que vai
diferenciar questões como racismo e injustiça estrutural como questão social? O
aborto e a pornografia como pecados individuais a serem denunciados? Já que
muitos dizem que o evangelismo deve se preocupar só com questões individuais?
Claro que o evangelismo deve tratar da paz, do consolo, da plenitude e da
alegria que Cristo dá, mas este nunca deve ser divorciado do anúncio de mudança
no mundo como é conhecido agora.
Em consequência, o evangelismo deve
envolver também um posicionamento de pregação e prática da justiça, que mostra
o para que as pessoas estão se tornando membros da Igreja, e isto significa um
chamamento para o serviço, uma negação do próprio “eu” e uma entrega às
prioridades do reino de Deus , numa vida de abertura, vulnerabilidade,
integralidade e amor.
O décimo primeiro é:
O Evangelismo não é um mecanismo para apressar a vinda de Cristo, como
sugerem alguns, neste sentido, Bosch quer afirmar que, “o evangelismo não
vai apressar a vinda de Cristo numa determinada época”, e muito menos
“previsões mirabolantes de crescimento da economia mundial” farão com que a
evangelização do mundo inteiro ocorra num curto espaço de tempo. E ainda ele
afirma que “alguns congressos de evangelização como o realizado em São Paulo
(1987),e em Singapura em 1989, pensaram em uma evangelização concluída no ano
2000 patrocinada por agências ocidentais” (provindas dos Estados Unidos e
Europa).
O décimo segundo é: O Evangelismo não é apenas proclamação verbal, embora a dimensão
verbal não pode ser excluída, porque o relativismo (onde não existem verdades
absolutas) e o agnosticismo (a impossibilidade de se conhecer o divino) estão
aí para desafiar a mensagem cristã, por isto, faz-se necessária uma confissão
da esperança que existe na vida cristã (1 Pe 3.15). O
evangelismo, segundo o que foi colocado acima, deve envolver a totalidade do
indivíduo, não somente pensar numa salvação de alma em detrimento do viver da
pessoa no presente.
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