12 princípios do evangelismo segundo David Bosch parte 2


O sétimo é: O Evangelismo oferece às pessoas a salvação como uma dádiva presente e, junto com ela, a garantia da bem-aventurança eterna, este oferecimento, é o de uma esperança transcendente e futura que dá um sentido real a vida do ser humano, esta esperança começa nesta vida e sua plenitude é alcançada na eternidade. Isto quer dizer que ainda que a Igreja ofereça esta esperança, esta nunca pode se confundir com um bem de consumo. Mesmo porque o evangelho é um chamamento para a doação de vida a outros.

O oitavo é: O Evangelismo está conectado ao recrutamento de membro, sendo que nem todas as vezes a prática de um evangelismo fiel levará algumas igrejas locais a um crescimento numérico, porém o alvo sempre será a multiplicação de congregações locais em qualquer situação humana. Lembrando que o crescimento numérico é consequência da fidelidade da igreja em sua missão.

O nono é: O Evangelismo é dirigido a pessoas e só elas podem responder, o evangelho pressupõe a responsabilidade e a decisão individual, porque somente indivíduos podem responder ao chamado à conversão, e como consequência esta conversão deve transformar o ambiente social em que o indivíduo vive.

O décimo é: O Evangelismo autêntico sempre é contextual, porque o evangelho afeta todos os aspectos da cultura humana, e não se prende a uma ideia de conversão que se identifique com: comparecimento regular a uma igreja, abstinência de álcool e fumo, e ainda, a leitura bíblica e orações diárias. O autêntico evangelismo não se omite das questões sociais, não eleva uma cultura em detrimento de outras. E ainda em termos práticos, segundo Bosch, o que vai diferenciar questões como racismo e injustiça estrutural como questão social? O aborto e a pornografia como pecados individuais a serem denunciados? Já que muitos dizem que o evangelismo deve se preocupar só com questões individuais? Claro que o evangelismo deve tratar da paz, do consolo, da plenitude e da alegria que Cristo dá, mas este nunca deve ser divorciado do anúncio de mudança no mundo como é conhecido agora.

Em consequência, o evangelismo deve envolver também um posicionamento de pregação e prática da justiça, que mostra o para que as pessoas estão se tornando membros da Igreja, e isto significa um chamamento para o serviço, uma negação do próprio “eu” e uma entrega às prioridades do reino de Deus , numa vida de abertura, vulnerabilidade, integralidade e amor.

O décimo primeiro é: O Evangelismo não é um mecanismo para apressar a vinda de Cristo, como sugerem alguns, neste sentido, Bosch quer afirmar que, “o evangelismo não vai apressar a vinda de Cristo numa determinada época”, e muito menos “previsões mirabolantes de crescimento da economia mundial” farão com que a evangelização do mundo inteiro ocorra num curto espaço de tempo. E ainda ele afirma que “alguns congressos de evangelização como o realizado em São Paulo (1987),e em Singapura em 1989, pensaram em uma evangelização concluída no ano 2000 patrocinada por agências ocidentais” (provindas dos Estados Unidos e Europa).

O décimo segundo é: O Evangelismo não é apenas proclamação verbal, embora a dimensão verbal não pode ser excluída, porque o relativismo (onde não existem verdades absolutas) e o agnosticismo (a impossibilidade de se conhecer o divino) estão aí para desafiar a mensagem cristã, por isto, faz-se necessária uma confissão da esperança que existe na vida cristã (1 Pe 3.15). O evangelismo, segundo o que foi colocado acima, deve envolver a totalidade do indivíduo, não somente pensar numa salvação de alma em detrimento do viver da pessoa no presente.

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