Os Puritanos nas colônias inglesas da América do Norte no século XVII
A implantação do puritanismo nas
colônias inglesas da América do Norte é assim caracterizada por Cairns:
A motivação
religiosa, porém, foi extremamente importante no estabelecimento de colônias. A
maioria das cartas de viagem menciona o desejo dos financiadores de converter
os nativos e estender o domínio cristão. Em outros casos, como o dos puritanos
de Plymouth e Salém, os colonizadores estavam interessados em cultuar ao seu modo segundo julgavam melhor. (...) A
maioria deles era calvinista. O instrumento usado nesta mudança de pessoas eram
as sociedades anônimas, precursoras das grandes empresas contemporâneas. Foram
elas que possibilitaram a arrecadação de grandes somas de dinheiro para financiar tais empreendimentos.[1]
Estes colonos de Plymouth
elaboraram um documento de disciplina, que visava evitar ocasionais rebeliões
entre eles, e este serviu como constituição para eles até Plymouth ser
incorporada às colônias de Salém em Massachussets, no ano de 1691. A vantagem
desta congregação não ter aportado na Virgínia foi a de não ficarem sujeitos a
perseguição como na Inglaterra, mesmo porque nessa época a política de Willian
Laud estava a pleno vapor na Inglaterra e Escócia.[4]
Os congregacionais independentes
(não–separatistas), a partir de 1628, estabeleceram-se em Salém e Boston.
Quando chegou o ano de 1631, os puritanos conseguiram realizar o seu sonho de
terem uma colônia onde o congregacionalismo fosse a religião oficial e o
direito de voto sobre as questões administrativas desta colônia era reservado
somente aos membros da igreja. O primeiro governador escolhido foi John
Winthrop.(1588-1649).[5]
A vida puritana nesta época é
caracterizada por George M. Marsden assim:
Leland Ryken caracteriza esta
intolerância dos puritanos com a seguinte declaração:
No ano de 1646, os puritanos de
linha congregacional, no Sínodo de Cambridge, adotaram a Confissão de Fé de
Westminster, como padrão doutrinário e a “Plataforma de Cambridge”, como padrão
de governo e disciplina das igrejas, em que cada uma delas se interrelacionaria
através de um concílio, tendo Cristo como cabeça da Igreja. Também aqui é destacada
a atuação de John Eliot (1604-1690), que foi o primeiro missionário que atuou
entre os índios da América do Norte e chegou até a traduzir e publicar toda a Bíblia no dialeto indígena
nos anos de 1661 e 1663.[10]
Por último, um líder que também
se destacou nesta época foi Roger Willians (1603-1683), pois defendia a
separação da igreja e do estado, a liberdade religiosa, e o direito de posse de
terras pelos índios; por ser perseguido por causa destas idéias, fundou a
colônia de “Providence”(1636). E no ano de 1639 ajudou a fundar uma igreja
batista. [11]
Não há uma data certa para marcar o fim do movimento
puritano nem na Inglaterra e nem nas colônias inglesas na América do Norte,
porém tudo o que foi feito no período colonial, em que os puritanos estiveram
atuando, preparou terreno para o “Avivamento”(Despertamento) no século XVIII,
tanto na Grã-Bretanha quanto nas colônias inglesas na América do Norte.
[1] CAIRNS, Earle. O Cristianismo Através dos Séculos, p.309.
[2] Ibidem, p.310.
[3] Idem.
[4] CAIRNS, Earle. O Cristianismo Através dos Séculos p.310.
[5] CAIRNS, Earle. O Cristianismo Através dos Séculos p.311.
[6] MARSDEN,
George M. Origens “Cristãs” da América: A
Nova Inglaterra Puritana como um Caso de Estudo in VV.AA. Calvino e sua influência no mundo ocidental,
pp. 300,301.
[7] MARSDEN,
George M. Origens “Cristãs” da América: A
Nova Inglaterra Puritana como um Caso de Estudo, p.303.
[8] Ibidem,
pp. 304,305.
[9] RYKEN, Leland. Op.cit, p.209.
[10] CAIRNS, Earle. O Cristianismo Através dos Séculos, p.312.
[11] Ibidem,
p.313.
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