Sobre George Whitefield 3


E.Evans dá a impressão de Whitefield sobre a sua primeira pregação ao ar livre:

O “gelo” foi quebrado em 17 de fevereiro de 1739, quando Whitefield pregou a uns duzentos carvoeiros em Kingswood, e foram estes seus alegres comentários: “Creio que nunca fui mais aceitável ao meu Mestre do que quando fiquei de pé nos campos abertos para ensinar aqueles ouvintes. Talvez alguns me censurem, mas se nisso eu fosse agradar aos homens, não seria o servo de Cristo.” Poucos meses mais tarde ele comentou em seu Jornal o que, na sua opinião, foi boa justificativa para aquela decisão de pregar ao ar livre: “No grande dia (do Juízo) milhares terão motivo para bendizer a Deus pela pregação no campo.”[1]

            Suas qualidades como pregador o levaram a visitar as Treze Colônias num total de sete vezes.[2] Sua primeira visita, como foi mencionada acima, foi no ano de 1738 na Geórgia a convite dos irmãos Wesley que estavam ali, retornando no mesmo ano.[3] E assim fez várias visitas durante o período do “Avivamento” ou “Grande Despertamento” nas colônias inglesas na América do Norte. Seu retorno se deu em 1740 na Nova Inglaterra e a reação do povo era de grande “comoção espiritual”, mesmo porque a situação moral e religiosa destas colônias não era diferente da Inglaterra onde vivia Whitefield. Continuou visitando esta região entre os anos de 1744 a 1748, 1751 e 1752, 1754 e 1755, 1763 a 1765; sua última visita foi no ano de 1769 e pregou até sua morte no dia 30 de setembro de 1770[4], em Newburyport, Massachussets.[5]
            A morte de Whitefield foi assim descrita por J.C.Ryle:

     As circunstâncias particulares do fim deste grande evangelista são tão profundamente interessantes que eu não me desculparei em demorar-me neles. Foi um fim em extraordinária harmonia com o teor da sua vida. Assim como havia vivido por mais de trinta anos, assim ele morreu: pregando até o fim. Ele literalmente morreu no posto. ‘Morte súbita’, freqüentemente dizia, ‘é glória súbita. Quer correto ou não, não posso deixar de desejar partir desta maneira. Para mim seria pior do que a morte ter de ser assistido na doença e ver os amigos chorando ao redor de mim’. Ele teve o desejo do seu coração atendido. Foi ceifado numa noite por um acesso espasmódico de asma, quase que antes que seus amigos viessem a saber que se encontrava doente.[6]

            Apesar de Whitefield não ter feito como Wesley (organizar uma igreja)[7], ele trabalhou organizando, primeiro do que João Wesley, sociedades religiosas; fundou uma escola para crianças carentes, a chamada “Kingswood School”, e um orfanato na Geórgia.[8] Ainda trabalhou no País de Gales levando o avivamento até ali, chegando a ser o primeiro moderador da antiga Igreja Metodista Calvinista Galesa, atualmente chamada Igreja Presbiteriana Galesa, no ano de 1743 sendo convidado pelos pregadores galeses Daniel Howland e Howell Harris para exercer este ofício.[9]
            Whitefield, como foi visto até aqui foi um evangelista incansável, chegando a trabalhar nos dois continentes, e mesmo ele defendendo o ponto de vista calvinista foi considerado como “o maior pregador inglês de todos os tempos”,[10] e a raiz de suas pregações está nas doutrinas ensinadas pelos puritanos.


[1] EVANS, E. Reavivamentos: sua origem, progresso e realizações, p.19.
[2] LLOYD JONES, D.M. Os puritanos suas origens e seus sucessores, p.121. 
[3] Ibidem, p.123.
[4] RYLE, J. C. George Withefield, Tradução: Paulo R. B. Anglada, [http://www.geocities.com/arpav/biblioteca].
[5] WALKER, Williston. Op. cit., p.206.
[6] RYLE, J. C. George Withefield, Tradução: Paulo R. B. Anglada, [http://www.geocities.com/arpav/biblioteca].
[7] Esta igreja seria a Igreja Metodista, que nos Estados Unidos tomou o nome de Igreja Metodista Episcopal devido a independência dos Estados Unidos no ano de 1776, e na Inglaterra só se tornou igreja institucionalizada após a morte de John Wesley no ano de 1791. GONZALEZ, Justo L.Op.cit., p.p.183,184.
[8] LLOYD JONES, D.M. Op.cit., p.134.
[9] LLOYD JONES, D.M. Os Puritanos suas origens e seus sucessores, p.120.
[10] LLOYD JONES, D.M. Op.cit., p.115.

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