Mais um texto da Reforma Protestante
Este texto de João Calvino é mais um relativo às bases evangélicas de nossa fé.
OS SACRAMENTOS DO ANTIGOTESTAMENTO(A CIRCUNCISÃO, AS
PURIFICAÇÕES, OS SACRIFÍCIOS) POLARIZAM-SE EMCRISTO E NELE TÊM SUA PLENA
REALIZAÇÃO
João
Calvino
Quando
todas estas coisas forem expostas em particular, ficarão muito mais claras.A circuncisão
era para os judeus o sinal mediante o qual fossem advertidos de que tudo quanto
procede da semente do homem, isto é, toda a natureza dos homens foi corrompida
e tem necessidade de poda; além disso, a circuncisão era atestado e memorial em
virtude do qual se confirmassem na promessa dada a Abraão a respeito da bendita
semente na qual haveriam de ser abençoadas todas as nações da terra [Gn 22.18],
da qual também se deveria esperar sua bênção. Com efeito, essa semente salutar,
como somos ensinados por Paulo [GI 3.16], era Cristo, em quem unicamente
eles confiavam que haveriam de recobrar o que haviam perdido em Adão. Portanto,
a circuncisão lhes era o que Paulo ensina que fora a Abraão, a saber, marca da
justiça da fé [Rm 4.11], isto é, o selo pelo qual fossem mais seguramente confirmados
de que sua fé, pela qual esperavam a própria semente, lhes fosse por Deus imputada
por justiça. Nós, porém, em melhor ocasião, procederemos mais extensivamente em
outro lugar a uma comparação de circuncisão e batismo.
Os
batismos e purificações lhes punham diante dos olhos sua imundícia, conspurcação,
poluição, pela qual haviam sido contaminados em sua natureza, porém prometiam
outra lavagem pela qual lhes limparia e lavaria todas suas manchas [Hb 9.10,
14]. E esta lavagem era Cristo, por cujo sangue lavados [1Jo 1.7; Ap 1.5], sua pureza
apresentamos à vista de Deus para que nos cubra todas as conspurcação. Os sacrifícios
os acusavam de sua iniqüidade, e ao mesmo tempo ensinavam ser neces-sária
alguma satisfação que fosse feita ao juízo de Deus; daí, tinha de haver algum Sumo
Pontífice, mediador entre Deus e os homens, que satisfizesse a Deus pela efusão
de sangue e a imolação de vítima sacrificial que bastasse para a remissão dos pecados.
Este Sumo Sacerdote foi Cristo [Hb 4.14; 5.5; 9.11]: ele derramou seu próprio
sangue; foi a vítima, pois ofereceu-se ao Pai obediente até à morte [Fp 2.8], por
cuja obediência cancelou a desobediência do homem [Rm 5.19], a qual havia provocado
a indignação de Deus.
(INSITUTAS
DA RELIGIÃO CRISTÃ [EDIÇÃO CLÁSSICA EM LATIM], LIVRO IV, CAPÍTULO XIV, 21)
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