Aspectos da Evangelização na Igreja Primitiva 1
A partir de Mateus 28.18-20, a evangelização pode ser
definida em dois âmbitos: o ontológico (ser), e seu conteúdo (Cristo e os fatos
relacionados a ele).
Por isto, em primeiro
lugar: A evangelização não pode ser definida por seus resultados; porque no
Novo Testamento temos exemplos do uso do verbo “evangelizar” (euangelizomai),
em que o termo em si não significa “ganhar conversos”, como por exemplo: “iam
por toda a parte evangelizando a palavra” (At 8.4); os apóstolos “evangelizavam
muitas aldeias dos samaritanos”(At 8.24). Portanto, evangelizar simplesmente
significa “anunciar as boas novas, independentemente dos resultados.”[1]
Em segundo lugar, A evangelização não pode ser definida em
termos de método. “Evangelizar é anunciar boas novas, não importa de que
maneira; ou levar as boas novas , não importa por que meios.”[2]
Michael Green em seu
comentário à palestra “Evangelização na Igreja Primitiva” no Congresso
Internacional de Lausanne (1974), afirmou que a Igreja Primitiva era muito
flexível em seus métodos de evangelização.[3]
Estes métodos eram os mais
variados, como estes: conversas pessoais:
como a de Filipe e o eunuco etíope (At 8.26-40); o trabalho ao ar livre: que consistia na pregação do evangelho em
locais onde as pessoas passavam ou se reuniam naturalmente, como por exemplo a
área do templo de Jerusalém, e ainda nas cidades de Samaria, Listra e Atenas.
Este costume continuou na igreja pós-apostólica, como registrado nos
“Reconhecimentos pseudo-clementinos”, que relata a pregação ao ar livre de um
mensageiro em Roma, em certo período no outono;[4]
a vida corporal: como por exemplo a
vida cultual proposta nas igrejas a que o apóstolo Paulo mandou cartas: Corinto
(1 Co 14.26) e Colossos (Cl 3.16,17); reunião
nos lares: que era um dos métodos principais, como no caso da casa de
Maria, mãe de João Marcos (At 12.12), e ainda estes: a casa de Priscila e
Áquila (Rm 16.3-5); e a casa de Filemom (Fm 2);
campo neutro: o anúncio do
evangelho em locais abertos, como o caso de Paulo no Areópago (At 17.16-31).[5]
Em terceiro lugar, a evangelização pode e deve ser
definida em termos de mensagem,[6] e
esta mensagem são as boas novas de Deus, que remetem para a definição de
evangelização em termos de conteúdo.
[1]
STOTT, John R. A Base Bíblica da
Evangelização In: A Missão da Igreja-
No mundo de hoje- As principais palestras do Congresso Internacional de
Lausanne, Suíça, p. 39.
[2]STOTT,
John R. A Base Bíblica da Evangelização
In: A Missão da Igreja- No mundo de hoje-
As principais palestras do Congresso Internacional de Lausanne, Suíça,
p.40.
[3]
GREEN, Michael. Evangelização na Igreja
Primitiva (Comentário) In: A Missão
da Igreja- No mundo de hoje- As principais palestras do Congresso Internacional
de Lausanne, Suíça, p. 82.
[4]
GREEN, Michael. Evangelização na Igreja
Primitiva-Tradução: Hans Udo Fuchs, São Paulo, Edições Vida Nova, 2a.edição,
2000, p.243.
[5]
Ver GREEN, Michael. Evangelização na
Igreja Primitiva (Comentário), in A
Missão da Igreja- No mundo de hoje- As principais palestras do Congresso
Internacional de Lausanne, Suíça, pp.82,83,84.
[6] STOTT, John R.W. Op.cit, p.41.
são ricas colocações do presado irmão, concordo com eles.
ResponderExcluirObrigado. Deus abençoe.
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