Aspectos da Evangelização da Igreja Primitiva 3
Em terceiro lugar, as promessas desta mensagem de boas novas:
Estas promessas referem-se ao “dom do Espírito” e o “perdão de pecados” (At
2.38). Isto pode ser resumido na palavra “salvação”, que: “...inclui a remissão
de velhas culpas e o dom de um vida inteiramente nova através do Espírito Santo
regenerador, que habita no interior do crente.”[1]
Dentro destas promessas, o
perdão de pecados é chamado também de “reconciliação”, visto que a morte de
Cristo foi substitutiva (expiatória), para que os pecadores fossem
reconciliados com Deus, como o apóstolo Paulo afirma: “fomos reconciliados com
Deus mediante a morte de seu Filho”(Rm 5.10). Assim, o pecador de inimigo de
Deus passa a se tornar amigo de Deus que “depende do poder de reconciliação da
Cruz”[2]
E ainda em Cl 1.21-22, diz: “E a vós outros também que outrora éreis estranhos
e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora porém, vos
reconciliou [Jesus] no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para
apresentar-vos perante ele santos,
inculpáveis e irrepreensíveis.”
Receber o dom do Espírito
Santo está vinculado à “adoção” do crente como filho de Deus, porque “[Deus]
nos predestinou para ele, para adoção de filhos” (Ef 1.4), e torna o crente
co-herdeiro com Cristo (Rm 8.17), assim:
Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.
Porque não recebestes o espírito de escravidão para viverdes outra vez
atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos:
Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de
Deus. (Rm 8.14-16)
E ainda, além de tudo isto,
outras promessas estão incluídas: dentro da morte expiatória de Cristo ,
inclui-se a justificação ao que crê mediante a fé em Cristo (Rm 3.24-25), que
mostra que o pecador foi declarado justo pela obra de Cristo;[3]
e ainda, a volta de Cristo conforme os apóstolos anunciaram (At 3.19-21; 1 Ts
4.15; 5.1-3; 2 Ts 2.1-2).
E em quarto lugar, uma resposta às boas novas anunciadas:
que envolve arrependimento e fé. [4]
O apóstolo Pedro pregou “Arrependei-vos” (At 2.38; 3.19) e que “por meio de seu
nome todo o que nele crê [em Jesus], recebe a remissão de pecados” (At 10.43;
13.38,39). Acerca disto afirma John Stott:
É
claro que a salvação só nos chega pela graça, e através da fé unicamente, de
modo que precisamos tomar cuidado para não definirmos a fé atribuindo-lhe algum
mérito. O valor da fé se acha integralmente representado em seu objeto (Jesus
Cristo), não nela mesma. Contudo, a fé é um compromisso total de arrependimento
e submissão a Cristo. Teria sido inconcebível aos apóstolos alguém crer em
Jesus como Salvador sem submeter-se a ele como Senhor. Não podemos partir Jesus
Cristo em pedaços e depois responder somente a um dos pedaços. O objeto da fé
que salva é a pessoa integral e indivisível de nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo. De maneira que evangelização é compartilhar deste Evangelho com outros.
Com certeza, a fé deve ser
sempre encarada como dom de Deus, porém, o evangelho conclama ao homem, ou
seja, “a toda criatura”(Mc 16.15), a uma resposta de arrependimento de pecados
e fé em Cristo como Senhor e Salvador , ou seja, mudança de vida ( Mc 1.15; Jo
1.12).
Segundo
Russel P. Shedd não é qualquer “fé” que traz salvação ao crente, mas sim, a fé
que é dom de Deus e pode ser entendida como “confiança”, [5]
esta confiança em receber a Cristo como Senhor e Salvador “implica a decisão de
obedecer ao seu senhorio.” [6]
Resumindo tudo o que foi dito até agora, a
Evangelização pode ser definida como: “levar o Evangelho aos não salvos em toda
a parte”.[7] E
assim a evangelização é definida por: anúncio do Evangelho a todas nações,
independente dos resultados; e pela flexibilidade na utilização de métodos para
esta evangelização.
[1]
STOTT, John R. A Base Bíblica da
Evangelização In: A Missão da Igreja-
No mundo de hoje- As principais palestras do Congresso Internacional de
Lausanne, Suíça, p.41.
[2]
SHEDD, Russel P. Fundamentos Bíblicos da
Evangelização, p.87.
[3] STOTT, John R.W. A Base Bíblica da Evangelização In: A Missão da Igreja- No mundo de hoje- As
principais palestras do Congresso Internacional de Lausanne, Suíça, p.89.
[4] Ibidem, p.42.
[5] SHEDD, Russel P. Fundamentos Bíblicos da Evangelização, p.115.
[6]
Ibidem, p.117.
[7]
KUIPER, R.B. Evangelização Teocêntrica,
p.1 .
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