Falando de Teologia- Parte 5 (A Existência de Deus)




            Qualquer discurso teológico vai ter como pressuposto a existência de Deus, apesar de alguns meios acadêmicos (tais como: Antropologia, Psicologia, História, Filosofia, Sociologia- que fazem parte do ambiente das ciências humanas) dispensarem este axioma: “Deus existe!”, seja por opinião ateísta ou agnóstica. E muitas pessoas hoje preferem se dizer agnósticas, sem saber que na realidade são ateístas de opinião.

            Muito bem, primeiro definamos o ateísmo: É a opinião que defende a total inexistência de Deus, como consequência natural de que a realidade só se explica pela interação entre matéria e energia, ou seja, pelos fenômenos explicados pela Física.

            Já o agnosticismo é: A posição fundamental de que a mente humana é incapaz de conhecer qualquer coisa que esteja além e por trás dos fenômenos naturais, e portanto, é necessariamente ignorante quanto às coisas supersensoriais e divinas. (...) Em regra, os agnósticos não gostam de ser rotulados de ateus desde que eles não negam absolutamente a existência de um Deus, mas declaram que não sabem se Ele existe ou não e, mesmo que exista, não estão certos de terem algum genuíno conhecimento Dele, e, em muitos casos, negam de fato que possam ter algum conhecimento Dele. (BERKHOF, Teologia Sistemática, Tradução: Odayr Olivetti, Campinas, SP: Luz para o Caminho, 1990, p.32)

            Para o cristão, a única explicação para a existência de Deus se encontra na . Não me preocuparei em mostrar as provas filosóficas e intelectuais sobre a existência de Deus, para isso recomendo apenas as seguintes obras: Monológio e Proslógio de Anselmo de Aosta e Cantuária; Suma Teológica de Tomás de Aquino; e uma obra mais atual de Alvin Plantinga Deus, a Liberdade e o Mal , São Paulo: Vida Nova, 2012.

            Assim, o cristão aceita a verdade da existência de Deus pela fé. Mas esta fé não é uma fé cega, mas fé baseada em provas, e as provas se acham primariamente, na Escritura como a Palavra de Deus inspirada, e secundariamente na revelação da natureza. A prova bíblica sobre este ponto não nos vem na forma de uma declaração explícita, e muito menos na forma de um argumento lógico. Nesse sentido a Bíblia não prova a existência de Deus. O que mais se aproxima de uma declaração talvez seja o que lemos em Hebreus 11:6 ... é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam. (BERKHOF, 1990, p.23)

            Toda a Bíblia Sagrada demonstra o que Deus é: somente um o Deus vivo e verdadeiro, cuja subsistência está em si mesmo e provém de si mesmo; infinito em seu ser e perfeição, cuja essência por ninguém pode ser compreendida, senão por Ele mesmo. (Confissão de Fé Batista de Londres de 1689, capítulo 2, Seção 1) Ele é o Criador, o Sustentador de toda a criação, o que elegeu Israel como nação para a administração da mensagem que nós conhecemos hoje como Antigo Testamento, e que em Seu Plano de Redenção enviou o Filho, e o Espírito para guiar e santificar Sua Igreja.

            Concluindo é somente pela fé que podemos aceitar estas palavras:

            João 7:17  Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo.

            Oseias 6: 3  Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao SENHOR; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.

            1 Coríntios 1: 20, 21 Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.

            Crer que Deus existe é o fundamento do teólogo.

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