Unicismo - nova forma da heresia sabeliana


Surgiu em uma reunião pentecostal das igrejas Assembléias de Deus realizada em abril de 1913, em Arroyo Seco, nos arredores de Los Angeles, na Califórnia, numa cerimônia de batismo. O preletor, R. E. McAlister, disse que os apóstolos batizavam em nome do Senhor Jesus e não em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e quando as pessoas ouviram isso ficaram atônitas. McAlister foi notificado que seu ensino possuía elementos heréticos. Ele tentou esclarecer sua prédica, mas ela já havia produzido efeito. Um de seus ouvintes era John Sheppe que após aquela mensagem, passou uma noite em oração, refletindo a mensagem de McAlister e concluiu que Deus havia revelado o batismo verdadeiro que seria somente em nome de Jesus. Também Franck J. Ewart, australiano, adotou essa doutrina e em 15 de abril de 1914 levantou uma tenda em Belvedere, ainda nos arredores de Los Angeles, e passou a pregar sobre a fórmula batismal de Atos 2.38. Comparando com Mt 28.19, chegou à conclusão de que o nome de Deus seria então somente o nome Jesus. Veja Teologia Sistemática - uma perspectiva pentecostal, organizador: Stanley Horton, CPAD.


Assim, o unicismo crê que Deus se manifestou como Pai no Antigo Testamento: Quando Jesus nasceu em Belém, manifestou-se como Filho. Após a ascensão de Jesus, Deus se manifestou como Espírito Santo (Sabelianismo). Crêem na Trindade Modal (três modos).  Jesus é o Pai. Ele não preexistiu como Filho ao nascer em Belém. Eles interpretam João 1:1 da seguinte maneira: Jesus foi somente uma ideia ou concepção de Deus, antes do seu nascimento. O Espírito Santo é o próprio Jesus. Aqueles que não aceitaram Jesus como seu Salvador pessoal, não se batizam em nome de Jesus e crêem na doutrina da Trindade (três pessoas distintas) irão para o inferno. (Bíblia de Estudo Apologética, 2000, p.1476)

Grupos ligados a heresia Unicista:
*Igreja Voz da Verdade
*Igreja Evangélica Apostólica Pentecostal
* Tabernáculo da Fé
Assim o unicismo é ligado a antiga heresia do Sabelianismo.


Sabelianismo
Ensinado por Sabélio em Roma no século III da Era Cristã. Sabélio ensinava a existência de uma mônada divina (que chamava de ‘huiopator’), que por um processo de expansão, projetou sucessivamente na revelação como Pai, Filho e Espírito Santo. Como Pai, revelou-se como Criador e Legislador. Como Filho, revelou-se como Redentor. Como Espírito, como doador da graça. Estes eram três modos diferentes que revelavam  a mesma pessoa divina. (Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, p.543, Monarquianismo) As pessoas divinas são títulos da mônada divina.
O unicismo é uma nova forma de sabelianismo.

Comentários

  1. Israel de Farias5 de janeiro de 2014 às 16:16

    é engraçado como é fácil chamar os outros irmãos de herege, até parece que somos os DONOS DA VERDADE, vc já viu Deus, ele já te revelou como ele é? Não! Então não chame os unicistas de hereges, sou assembleiano fui seminarista (EPOE-Assembléia de Deus em São Cristóvão). Recebemos uma doutrina (trindade) totalmente católica e aprovada por um concílio manipulado por imperadores pagãos que de cristão só tinham o nome e apoio da religião, doutrina cheia de heresias mas que aceita como a maior e mais completa das revelações sobre a pessoa da divindade. Tenho o meu pensamento livre e mesmo desde a minha mocidade tendo aprendido as sagradas escrituras e tendo estudado em um dos melhores seminários evangélicos do Rio sempre questionei a respeito do trinitarianismo, quero deixar claro que creio em um único Deus (ser espiritual) revelado (manifestado) na natureza humana e que o Espírito Santo é o próprio Deus, pois Deus é espírito, assim Jesus ensinou a mulher samaritana "Deus é espírito", essa referencia já põe por terra o conceito trinitariano. É muito fácil aceitar tudo o que nos ensinam e não questionar, na verdade nos empurram goela a baixo esta doutrina. Fico triste por ver homens e mulheres de Deus sem nenhuma capacidade de questionamento. Me perdoe a minha falácia, mas precisamos gter a mente de Cristo.

    ResponderExcluir
  2. Pr Edmario Soares Diniz13 de março de 2014 às 19:53

    Prezado irmão, a paz do Senhor Jesus Cristo, desculpe por não responde-lo antes, porque tinha antes sérias dificuldades de conexão em minha internet, mas agora posso colocar minha resposta.
    Irmão, o problema do unicismo não se restringe a questão trinitária do ser de Deus, mas a negação da ordenança de Cristo em batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo como está em Mateus 28:19. Os unicistas falam que o único batismo válido é em nome do Senhor Jesus como está na passagem de Atos 2:38, Atos 8:16) entretanto quando Pedro se refere a batizar em nome do Senhor Jesus, ele quer distinguir o batismo cristão do batismo de João Batista porque ainda haviam discípulos de João em Éfeso como vemos em Atos 19:1-5. Logo, haviam outros batismos e rituais de purificação. Por isso, o batizar em nome do Senhor Jesus significa a procedência da autoridade que os apóstolos e discípulos tinham para batizar. E muitos unicistas afirmam que aqueles que não se batizam em nome do Senhor Jesus e creem na doutrina da Trindade (três pessoas distintas) irão para o inferno.
    Quanto a doutrina trinitária ela vai além das manipulações dos imperadores romanos, a tal ponto que Ambrósio de Milão defensor da doutrina trinitária obrigou o imperador Teodósio a pedir perdão pelos crimes que cometeu, e o próprio Constantino que assinou o Concílio de Niceia se batizou segundo o batismo ariano por Eusébio de Nicomédia, que perseguiu Atanásio de Alexandria defensor da Trindade (Justo Gonzalez, A Era dos Gigantes, volume 2,São Paulo: Vida Nova -1980- p.117).
    E quanto a passagem da oração de Jesus pelos discípulos em João 17 em que Ele se dirige ao Pai não como pessoa distinta, e em Lucas 23: 46 que também se dirige ao Pai entregando seu espírito como não sendo representação das distinções trinitárias, então pode-se pensar que Deus tem disfunção de personalidade (algo semelhante a bipolaridade, claro que não é a essa conclusão que queremos chegar).
    Quanto ao Espírito Santo, por quê Jesus o chama de outro Consolador como está em João 14:16-17, se Deus não divide a glória dele com ninguém? Como está em Isaías 42:8. E outra coisa por quê o apóstolo Paulo fala em: entristecer o Espírito (Efésios 4:30)? E Pedro quando falou em Ananias e Safira mentir ao Espírito Santo Atos 5:3, 9)? E ainda pode-se completar que o Espírito Santo tem inteligência (João 14:26; 15:26) , e também sonda, testifica, ordena, revela, luta, cria, faz intercessão, vivifica os mortos (Gênesis 1:2; 6:3; Lucas 12:12; 16:8; Atos 8:29; 13:2; Romanos 8:11; 1 Coríntios 2:10,11). Olhar para todas estas passagens sem ver nelas a distinção da personalidade do Espírito Santo é torna-las metáforas, o que a princípio os textos não indicam.
    Concluindo, nossos pais da Teologia Pentecostal como Gunnar Vingren e Daniel Berg nunca questionaram a Trindade ( mesmo ela não estando escrita em nossas Bíblias) da mesma forma que Livre-Arbítrio também não está mas quem nega a responsabilidade da escolha humana? Mesmo os calvinistas não negam o livre-arbítrio de Adão e Eva (antes da queda), e nem o livre-arbítrio dos anjos durante a rebelião de Lúcifer.
    Lembrando irmão, que não estou chamando-o de herege, mesmo porque como seminarista da Assembleia de Deus você sabe que a Igreja Assembleia de Deus no Brasil e seus pastores e homens de ministério que ocupam posições de liderança são trinitários, logo o irmão está sob a autoridade de trinitários, portanto és trinitário também.
    Meu desejo não é ofende-lo, mas sim enriquecermos nossas reflexões acerca de Deus e sua obra em nós de evangelização e santificação.
    Que o Senhor continue te enchendo de ricas bênçãos no amor de Cristo Jesus.

    ResponderExcluir
  3. Adilau Vieira da Costa23 de março de 2014 às 13:36

    O Termo dividir sua glória, é na verdade uma metáfora, uma forma simbólica, pois Deus usa os anjos para cumprir suas ordens, Por amor de mim, por amor de mim o farei, porque, como seria profanado o meu nome? E a minha glória não a darei a outrem. Isaías 48:11, E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo; João 5:22, Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. Colossenses 1:16, 36 «quele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus, Estas e outra identificações revelam que o Poder e a Gloria é comum entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo, é uma Unidade do Conselho Divino.

    Fique na Paz

    ResponderExcluir
  4. Pr Edmario Soares Diniz31 de março de 2014 às 06:31

    Com certeza a linguagem profética comporta o uso da metáfora, já que no livro de Isaías encontramos vários exemplos de poesia como em Isaías 24:14-16; 25; 26; e ainda os cânticos do Servo: Isaías 42; 49; 50; 52:13-15; 53. A preocupação de Isaías foi de afirmar ao Senhor como único Deus verdadeiro frente aos ídolos das outras nações. Com certeza, o Conselho Divino sempre é único. O mistério trinitário sempre envolve as distinções das pessoas na economia da salvação, mas também a unidade de propósito das mesmas.
    Obrigado pela colaboração. A graça e a paz do Senhor Jesus Cristo sejam multiplicadas.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Oração na vida dos reformadores 1

Imagem
“ Oração é a conversa da alma com Deus. Nela manifestamos ou expressamos diante Dele nossa reverência e nosso amor por sua divina perfeição, nossa gratidão por todas as suas mercês, nossa penitência [arrependimento] por nossos pecados, nossa esperança em seu amor perdoador, nossa submissão à sua autoridade, nossa confiança em seu cuidado, nossos anelos por seu favor e pelas bênçãos providenciais e espirituais e indispensáveis para nós e para os outros” –Charles Hodge.   1. Introdução:   O assunto deste texto é o ensino dos principais reformadores do século XVI: Martinho Lutero e João Calvino acerca da oração.   Martinho Lutero foi monge da ordem dos agostinianos nasceu em Eisleben provavelmente em 10 de novembro de 1483 na atual Alemanha. Era mestre em Artes, estudou Direito, doutor em Teologia com especialização em interpretação bíblica. Como resultado de sua busca pela certeza da salvação entre os anos de 1513 e 1517 encontrou res...
Leia mais

12 princípios do evangelismo segundo David Bosch parte 1

Imagem
Para a diferenciação entre missão e evangelismo, o teólogo de missões David J.Bosch propõe estes seguintes enunciados, para esta diferenciação. O primeiro é: A Missão da Igreja é mais ampla que o evangelismo, porque a Igreja é enviada por Deus ao mundo para que venha a realizar uma tarefa global de libertação do ser humano da escravidão, que pode se estender “da necessidade econômica ao abandono de Deus”. Uma Igreja enviada para pregar, ensinar, amar, servir, curar, libertar, a todos aqueles que são alvo da ação de Deus. O segundo é: O Evangelismo é parte integrante da missão, porém não é a missão , mas esta atividade de evangelismo não deve estar dissociada da missão, apesar de ter seu caráter distintivo, porque se assim o fizer a Igreja se tornará suspeita de não cumprir cabalmente a missão que Deus lhe deu, que é manifestar o senhorio de Cristo a todas as nações. O terceiro é: O Evangelismo implica testemunhar o que Deus fez, está fazendo, e fará , isto significa que o ...
Leia mais

Os Puritanos nas colônias inglesas da América do Norte no século XVII

Imagem
      A implantação do puritanismo nas colônias inglesas da América do Norte é assim caracterizada por Cairns: A motivação religiosa, porém, foi extremamente importante no estabelecimento de colônias. A maioria das cartas de viagem menciona o desejo dos financiadores de converter os nativos e estender o domínio cristão. Em outros casos, como o dos puritanos de Plymouth e Salém, os colonizadores estavam interessados em cultuar   ao seu modo segundo julgavam melhor. (...) A maioria deles era calvinista. O instrumento usado nesta mudança de pessoas eram as sociedades anônimas, precursoras das grandes empresas contemporâneas. Foram elas que possibilitaram a arrecadação de grandes somas de dinheiro   para financiar tais empreendimentos. [1]   A chegada dos puritanos se deu em agosto de 1620 no navio Mayflower, saindo da Inglaterra e aportando em Plymouth na Nova Inglaterra, e em conseqüência tiveram que tirar uma nova licença junto à companhia que l...
Leia mais